quinta-feira, 16 de novembro de 2023

AS FALAS DE LULA PODEM DIFICULTAR NOVAS REPATRIAÇÕES

 

O posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de equiparar as ações de Israel às do grupo terrorista Hamas tem potencial de trazer barreiras para a saída de brasileiros e familiares de Gaza. As falas do presidente podem ser classificadas de equivocadas, infelizes e inoportunas e prejudicam a diplomacia brasileira, legitimam o Hamas e tiram a relevância do país para tentar mediar o conflito no Oriente Médio.

Na última segunda-feira, o petista afirmou que "as consequências da solução do Estado de Israel são tão graves quanto foram as do Hamas". No mesmo dia um pouco mais tarde reafirmou as declarações. No dia seguinte, durante o programa Conversa com o Presidente nas redes sociais, ele fez novas comparações. "É verdade que houve ataque terrorista do Hamas, mas o comportamento de Israel fazendo o que está fazendo com criança, hospital, com mulheres é igual ao terrorismo", declarou.

As falas geraram reações de lideranças judaicas e representantes da comunidade israelense.

Lula sempre exerceu uma diplomacia pessoal, querendo fazer o que passa na mente dele e tende a se agravar neste terceiro mandato já que seu estado é de senilidade absoluta. Os improvisos destrambelhados prejudica enormemente a diplomacia, mas também pudera, Lula não tem vocação para ser um estadista para conduzir a diplomacia de nação da importância como o Brasil. 

Com suas declarações improvisadas e altamente prejudiciais, não apenas dificulta a saída de mais brasileiros da Faixa de Gaza como retira do Brasil a credibilidade para participar de um diálogo para a solução do drama palestino.

O grupo com 32 repatriados da região chegou ao Brasil na noite de segunda-feira  e foi recebido pessoalmente por Lula. Foram mais de três semanas de espera pela permissão das autoridades envolvidas na guerra para cruzar a fronteira e chegar ao Egito. De agora em diante, será muito mais difícil tirar brasileiros da zona de conflito. Isso não significa que eles não sairão, entretanto a saída será dificultada pelas autoridades israelenses, e os brasileiros serão colocados numa fila, tudo isto por culpa de quem poderia estar ajudando e não atrapalhando.

As comparações feitas por Lula são infelizes e inoportunas e equivocadas, ela acha bonito falar do jeito que fala. A guerra em curso travada por Israel contra o Hamas não é terrorismo. Pode-se questionar se Israel está se excedendo no uso da força, mas não se pode dizer que esteja praticando terrorismo ou genocídio, isto no meu modesto modo de pensar e entender a questão.

 No plano das relações internacionais, deve-se falar o mínimo possível. Palavras e declarações devem ser muito bem pensadas porque geram consequências, muitas vezes negativas. Nem sempre o que se quer dizer é o que os demais países desejam ouvir.

As falas aumentam ainda mais a tensão na relação com Israel, além de provocar forte repúdio na comunidade judaica brasileira. 

O governo federal com as falas do presidente dá legitimidade ao Hamas. Ao equiparar as ações, o governo legitima o Hamas e os atos terroristas. Além disso, as falas, as bobagens que fala (ele é mestre nisto), atendem à esquerda brasileira.

Infelizmente, ao que me parece, Lula já não tem mais a capacidade de avaliar o que está falando (se é que um dia teve). É tanta bobagem que ele fala todo dia que não demora irá a assumir o cargo de Campeão que atualmente pertence à ex-presidanta Dilma.

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Agressão ao Ministro Alexandre de Moraes

 


    Foi noticiado na imprensa nacional que o Ministro Alexandre de Moraes e seu filho teriam sido alvos de ofensas verbais e uma agressão física sem ferimentos num aeroporto na Itália por parte de uma família de brasileiros.

 

    Embora parte da imprensa tenha se referido ao filho do ministro como um adolescente, o mesmo é um adulto de 27 anos. Mas para a imprensa sendo ele um adolescente teria uma gravidade maior e a repercussão seria bem melhor.

 

    Nossa imprensa precisa tomar consciência de sua responsabilidade e da perda de confiabilidade que vem semeando contra si mesma. Não adianta, após plantar narrativas visando sensacionalismo, vir depois com pequenas correções de matéria em nota de rodapé. Isso só após a repercussão negativa na opinião pública. Na verdade, essas atitudes somente revelam, no melhor dos casos, incompetência e na pior das hipóteses, parcialidade, em ambos os casos, lamentável.

 

    Considerando que o que se notícia é que o Ministro teria sido ofendido com xingamentos verbais aleatórios, tais como “comunista e vendido”, o tipo penal infringido seria aquele previsto no artigo 140 do Código Penal (Injúria).

 

   Há possibilidade de aplicação de causa de aumento de pena prevista no artigo 141IICP, considerando que, segundo consta e até pela natureza das ofensas, teria sido o delito praticado contra “funcionário público em razão de suas funções”.

Outra possibilidade seria a tipificação do crime de “Desacato” (artigo 331CP). Não importa se o Ministro estava viajando em férias. Se as ofensas se referem às suas funções públicas e foram proferidas presencialmente, pode-se cogitar dessa infração penal, a qual, parece até mais adequada

 

    Quanto a um leve tapa ou empurrão desferido contra o filho do Ministro(de 27 anos) sem causar lesões e sem mesmo potencial para isso, configura-se, com absoluta certeza, a Contravenção Penal de “Vias de Fato” (artigo 21Lei das Contravenções Panais).

 

    Em todos os casos os ilícitos aventados são “infrações penais de menor potencial ofensivo”, uma vez que mesmo com a aplicação da majorante na injúria, em nenhuma hipótese as penas máximas ultrapassariam 2 anos.

    Um fato que me intrigou foi a Policia Federal se mobilizar para a apuração dessas supostas infrações penais e também porque o Supremo Tribunal Federal, por meio da Ministra Rosa Weber expediu ordem de busca e apreensão nas residências das pessoas envolvidas.

 

    Devido às supostas infrações penais atribuíveis aos envolvidos no episódio, já se procura, sem qualquer elemento de prova ou pelo menos indiciário, mas tão somente fazendo prevalecer as hipóteses sobre os fatos, ligar uma confusão em aeroporto a um Inquérito que apura depredações e invasões de prédios públicos.

Enfim, querem transformar tais ilícitos em crimes de dano e manifestações desarmadas de golpe de Estado e até mesmo Terrorismo.  

 

    Outra viagem na maionese é aventar que um episódio como este de confusão em aeroporto possa configurar eventual “crime contra o Estado Democrático de Direito”. Esta bobagem já me deixou aqui sem margem para nenhuma argumentação e desanimo de continuar escrevendo este texto.

É o mesmo que imaginar um elefante montado em uma formiga para passear.

 

    Fato que não se encaixa no bom senso é imaginar que há motivação para buscas domiciliares, pois considerando as espécies penais em investigação tal expediente é inútil.

Vamos considerar que, a julgar pelo que foi noticiado e sem levar em conta a verdade dos acusados, foram cometidos crime de injúria ou desacato ou vias de fato, ou todos os três. Tais infrações teriam sido cometidas verbalmente, sem emprego de quaisquer instrumentos e por meio de um tapa leve ou empurrão com as mãos limpas.

Neste caso não havia nada a buscar nas casas dos envolvidos. A ação policial determinada pelo STF é absurda, desnecessária e questionável. Isto me faz crer que a justiça não tem mais com o que se preocupar neste país ou está desafiando a inteligência do povo brasileiro.

sábado, 6 de maio de 2023

CARTA ÀS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS

 Se acham que pediremos mais uma vez, inutilmente, que intercedam pelo Brasil, estão redondamente enganados. Vocês venceram a sociedade pelo cansaço e pela traição.

Deve ser difícil agora levantar cedo e ter que vestir uma farda diante da esposa e dos filhos.A farda se tornou agora um sinal de covardia, de submissão, de decadência moral, de vergonha, de conivência com tudo que há de repugnante. Permitam um trocadilho: convenhamos que, literalmente, sentirão, mais do que nunca, o peso do fardo, pois nunca tiveram o respeito de quem agora os governa e perderam o respeito de quem sempre os defendeu. Essas medalhas que carregam no peito jamais foram por atos de bravura porquê de bravos vocês não têm nada, mas sim de covardia.

Se acham que os anos pós-governos militares foram difíceis (pelas críticas que receberam da esquerda), não imaginam o que virá pela frente, pois agora estão sozinhos e sob ordens de quem sempre os odiou e que os eliminará aos poucos ou os trocarão por cidadãos indignos. Vocês extrapolaram o limite da indecência ao preferir prestar continência a um ladrão condenado que a um colega de farda  - seu presidente e a autoridade máxima da nação - num ato de insubordinação, cometendo crime de lesa-pátria e traição previsto no Código Penal Militar.
A gota d’água da conduta vergonhosa dos senhores foi o de ainda conduzirem manifestantes indefesos para um campo de concentração comunista. Vocês não perceberam que haviam ali mulheres, idosos e crianças, pessoas incapazes de destruir o patrimônio público? Vocês são mesmo tão ignorantes a ponto de não perceberem que o quebra-quebra poderia ter sido articulado por militantes petistas infiltrados?

Há duas possibilidades: vocês se venderam à proposta autoritária deste governo criminoso ou vocês foram feitos de trouxas mesmo. Qualquer resposta representa a desmoralização final das tropas brasileiras, uma instituição que gozava do mais alto grau de nossa confiança.
Não há justificativa plausível para aceitarem o estado de absurdos da conjuntura brasileira com tantos gatunos no comando para causar o caos e dominar o povo como fez Hitler. Acham mesmo que isso não lhes afetará e que poderão continuar indo a todos os lugares livremente como antes? Vocês já viraram chacota nas redes sociais e em breve essa instituição será desmantelada, sucateada por aqueles a quem se venderam e serão execrados publicamente.
Judiciário opressor, eleições extremamente burladas, um bandido na presidência, presos políticos, jornalistas censurados, laços com ditaduras e narcotraficantes refeitos, uma armadilha que cedo ou tarde pegará vocês também e suas famílias.
Registra-se, neste momento, a página mais vergonhosa e constrangedora da história das Forças Armadas do Brasil.
Os soldados, como os da gloriosa FEB, que outrora enfrentavam nazistas em prol da liberdade, agora prestam continência para um bandido comunista, corrupto, que possui estreitas relações com narcotraficantes, terroristas e ditadores.
Os senhores, por gerações, farão parte da história do tempo em que protagonizaram o enterro do Brasil na lama, desviando-o do caminho que trilhava para o primeiro mundo e se livrar das ratazanas que sempre o destruíram.
Quando a velhice vos alcançar, fazemos votos para que o remorso da covardia devore vossas consciências por todo mal causado a 220 milhões de pessoas por mera vaidade.

quinta-feira, 4 de maio de 2023

SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ

 

Se eu morrer antes de você, faça-me um favor: chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe. Se tiver vontade de rir, ria. Se alguns amigos contarem fatos a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me. Se me quiseram fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. Se me quiseram fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles. Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase: "Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus" Aí então derrame uma lagrima. Eu não estarei presenta para enxugá-la, mas não faz mal, outros amigos farão isso no meu lugar. E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu. Mas de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele. Você acredita nessas coisas? Sim??? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito. Amizade só faz sentido se trás o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo. Eu não vou estranhar o céu....Sabe porquê? Porque, ser seu amigo já é um pedaço dele.

 

(*) Vinicius de Morais

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

LULA NO JN

 


Lula mentiu, tergiversou, deitou e rolou. Mas só há palhaço se houver plateia, e Bonner e Renata se permitiram tal papel

Eu poderia usar o tradicional jargão do vôlei, e dizer que William Bonner e Renata Vasconcellos levantaram dezenas de bolas para Lula da Silva, o meliante de São Bernardo, cortar. Porém, como gosto de futebol, prefiro dizer que os três citados acima formaram um ataque goleador.

A entrevista começou com Bonner, quase pedindo desculpas por perguntar, falando de corrupção. Como sabido e esperado, o líder do petrolão esquivou-se, correu para lá, correu para cá, mas acabou admitindo que, sim, houve corrupção nos governos do PT, mas logo mudou de assunto, culpando a Lava Jato com a aquiescência dos entrevistadores. Até este momento, Lula parecia velho e cansado.

Talvez sentido a pouca energia do candidato preferido, Renata decidiu dar um gol de presente, e só faltou escrever o roteiro da presepada sobre PGR, PF e outras falácias mais. Em seguida, revigorado, à vontade, sentado como numa mesa de bar, o chefão petista fez papel de locutor de programa eleitoral e desfilou um monte de números e dados positivos sobre seu governo, escondendo, obviamente, os negativos.

CULPA DOS OUTROS

Nessa hora, Bonner deve ter pensado: “pô, nem disfarça”. E resolveu lembrar o criador (Lula) da catástrofe da criatura (Dilma). Parecia que haveria algum tipo de cobrança, ainda que pequena, mas… ledo engano! O “barba” até ensaiou, como no caso da corrupção, algum tipo de “mea culpa”, mas logo inocentou a estoquista de vento e responsabilizou Eduardo Cunha e Aécio Neves pela maior recessão da nossa história.

O mensaleiro chegou a dizer que o desastre econômico de sua “poste” foi pelo bem do País, para preservar os empregos e blá blá blá. Foi um malabarismo tão grande, mas tão grande, que Bonner tentou dar uma catimbada e cobrar alguma coerência, mas foi nessa hora que o pai do Ronaldinho dos Negócios viveu seu melhor momento, e proferiu um discurso eleitoral acalorado, sem a menor contra-reação dos entrevistadores.

Que Lula é um hábil “Rolando Lero”, todos nós sabemos. É mestre na arte da embromação e do tergiversionismo. Mas só há palhaço se houver plateia, e Bonner e Renata se permitiram a tal papel. O bilontra petista, na cara dura, perguntou: “você acha que mensalão é pior que orçamento secreto”?

 E os embasbacados jornalistas nem sequer responderam. Que vergonha!!

RACHADINHA X MENSALÃO

Sim, leitor amigo, leitora amiga, ele acabou ajudando Bolsonaro, dizendo que ele não consegue fazer nada, pois o centrão manda em tudo. Pô Lula, se o presidente está no colo do centrão, você, na sua época, comprou o centrão ou não?

E voltou a fazer discurso político, enganador, mentiroso com a conivência obsequiosa da bancada entrevistadora. Aliás, declarou que “sente inveja de Alckmin” e deu a entender que Janja (sua esposa) e dona Lú (esposa do chuchu) são BFF (Best Friends Forever). Mais um pouco e se declararia tucano desde criancinha. Taqueopariu, viu? Nada como precisar vencer as eleições em São Paulo, berço histórico do tucanato brasileiro.

Em seguida, olhando para a câmara, ou seja, para o eleitor, deu um show (para quem se deixa enganar, é claro), e tentou conquistar  alguns milhares de votos com o discurso de que ele, “o melhor presidente que o País já teve e o melhor governador de SP irão salvar o Brasil, para o povo voltar a sorrir e a comer seu churrasquinho”. Na boa, se há político mais hábil do que este eu desconheço. Pena que é para o mal.

BONNER ATÉ TENTOU

Há que se fazer justiça a William Bonner, que, timidamente, vez ou outra, bem constrangindo, tentava emparedar o “sapo barbudo”. Falou sobre o “nós x eles”, mas levou outra engabelada na fuça. Falou sobre a ligação histórica do lulopetismo com os piores ditadores do mundo, mas foi driblado com facilidade outra vez. Em pequena defesa do apresentador, vale reconhecer a habilidade do falastrão barbudo.

Lula, claro, recuperou o rol de mentiras históricas: “o Brasil quebrou duas vezes com FHC, sou a favor da liberdade de imprensa, quero conciliar o País”. E disse respeitar a autodeterminação dos povos. Quem chamou o terrorista assassino, Mahmoud Ahmadinejad (iraniano que prega a destruição de Israel), de amigo, e o tirano líbio (que o capeta o tenha!), Muammar Al Gaddafi, de irmão, se preocupa com autodeterminação dos povos?

Querem saber? Lula da Silva, o meliante de São Bernardo, o líder do petrolão, o chefe do mensalão, o pai do Ronaldinho dos Negócios e todos esses apelidos bobos que dou a ele, “matou a pau” no JN. Seguramente ganhou votos (dos indecisos e dos que não gostam nem dele nem do devoto da cloroquina, mas que irão votar em alguém ). Ele está velho, um pouco confuso, mas ainda é um orador sem igual. Pior. Consegue mentir com tanta paixão, que qualquer um, menos atento, se deixa levar por suas falácias cretinas. Eca!


                                                                            Artigo de autoria do colunista Ricardo Kertzman, publicado no jornal Estado de Minas edição de 26/08/2022

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

BOLSONARO SAIU ILESO DA ENTREVISTA DO JORNAL NACIONAL



 O Presidente Jair Bolsonaro saiu no lucro ao não brigar com os apresentadores do  Jornal Nacional, escorregar de questões constrangedoras e divulgar benefícios para a audiência das regiões pobres 

Se tivesse conseguido falar apenas de Auxílio Brasil, Pix e redução do preço dos combustíveis, ao mesmo tempo que se mostrado sereno, sem tomar William Bonner e Renata Vasconcellos como inimigos, Bolsonaro já estaria no lucro na primeira entrevista dos presidenciáveis ao Jornal Nacional.

Pois ele conseguiu as três coisas e ainda desconversou com algum talento sobre as questões mais constrangedoras — golpe, pandemia e ambiente —, cortou os entrevistadores quando foi preciso de forma a não mostrar subserviência à emissora que seus fiéis atacam e ainda conseguiu fazer um balancinho do seu governo.

Tudo somado e subtraído, saiu também sem nenhum prejuízo. E numa versão bem melhor da que é conhecido no noticiário,  passou por sereno, calmo e respeitoso.

Poderia ter lucrado um pouco mais se tivesse tido espaço para delimitar suas diferenças com Lula, falar contra ele e o petismo tudo o que vem falando desde a campanha eleitoral de 2018.

Mas não houve como enfiar na pauta restrita e ao mesmo tempo cheia do modo JN de entrevista em que os entrevistadores são de fato os protagonistas, invertendo os papéis.

É muito difícil se dar bem nesse modelo, em que os apresentadores jogam pesado como promotores de justiça,  cobram juramentos como juízes, falam muito, esclarecem pouco, interrompem quando o assunto começa a render e não deixam espaço para o entrevistado divagar para fora do tema.

Como em toda entrevista na Globo, sobretudo no horário nobre, o tempo curto para não complicar a cabeça da dona de casa que espera o início da novela é mais importante que qualquer questão que diga respeito aos destinos do país.

Se pegarem pesado com Lula como pegaram com Bolsonaro, hoje, o ex-condenado  inocentado pelo STF também mal terá tempo para ir além das derrapadas de seus governos e das denúncias que enfrentou na Lava Jato. A ordem no jornal parece ser a de lavar roupa suja e consertar o mundo.

Também sairá no lucro se conseguir escorregar de temas espinhosos velhos e recentes — corrupção, aborto e religião, entre outros — e falar sobre uma ou duas propostas de seu discurso recorrente de retomada da bonança de seus governos, sobretudo a paternidade do Bolsa Família.

Auxílio Brasil ou Bolsa Família renovado para valer a partir de dezembro é, enfim, o grande objetivo dos dois ao embarcar nessa nave que chega de forma impactante nos grotões — norte, nordeste e periferias do país afora — menos plugados em internet e mais dependentes de sua programação.

Foi a grande oportunidade de Bolsonaro, mais forte na internet que na mídia tradicional, de falar com os eleitores do adversário nos confins que a internet ainda não devastou, que lhe atribui o Bolsa Família e seu sucedâneo, o Auxílio Brasil.

Hoje será a vez de Lula, e o que se espera é justamente o que Bolsonaro não teve, por motivos óbvios. Corte de verbas de publicidade transformou o William Bonner, um apresentador que poderia ter em sua biografia os atributos  de seus antecessores Sergio Chapelin e Cid Moreira, se tornou figura odiada pelo seu compromisso com a oposição ao governo Bolsonaro, somado ao medo da demissão o que a meu ver não deve demorar.
Observei que , na entrevista de terça-feira do candidato Ciro Gomes a postura dos dois donos da bancada da Globo foi outra. Simplesmente o deixou falar, expor seus planos, somente na hora que falava algo de Lula era interrompido.

Ciro, como também  Simone Tebet, os melhores posicionados nas pesquisas após a polarização, não fazem medo algum, vão ali para, quem sabe no futuro poder pleitear a cadeira do Palácio do Planalto ou sonhar com ela. Mas, no  momento só estão gastando dinheiro do Fundo Partidário de seus partidos.

Por fim, na minha opinião, as eleições que estão sendo preparadas para a vitória do Lula tal vitória não deve acontecer. Por outro lado, como disse o Bolsonaro, o resultado da eleição só será respeitado se elas forem limpas, mas ai já é outro caso, assunto o qual é melhor nem falar porque o Alexandre de Morais está de olho. A ultima do todo poderoso foi proibir entrada de eleitor com celular na seção de votação.

Um candidato ficha suja, condenado em diversos processos já transitados em julgado, preso, cumprindo pena, ser inocentado num despacho judicial e se tornar ficha limpa  é coisa bastante difícil de explicar para as futuras gerações.

terça-feira, 21 de junho de 2022

PETROBRAS, LESA A PÁTRIA(*)

 

Se a Ucrânia sofre, mas resiste, à invasão do exército da Rússia, o Brasil já foi dominado pela invasão silenciosa, mas implacável da Petrobras, dominadora da nação que escravizou para obter lucros insuportáveis.

Se a Petrobras é sinônimo de tirano, déspota, cínico, monstro sádico e fora de controle, cabem medidas para evitar a derrota de um país, recuperar a soberania perdida, apesar do monopólio de extração, do refino e outras condições especiais para ter uma troca de benesses, tranquilidade e equilíbrio estratégico. Uma pátria não se submete a seu produto, e acionistas que compraram ações de uma estatal monopolista sabiam as vantagens e os riscos que corriam.

Monopólio de capital aberto é um paradoxo, que não se pode valer apenas de vantagens únicas e descartar a função “nacional e social”.

A cada mínima oportunidade, apesar de ser uma das maiores produtoras de petróleo do planeta, aplica reajustes incompatíveis com sua posição de empresa que desfruta dos benefícios e do controle do governo federal como maior acionista.

Os bombardeios da Petrobras atingem todo o território, as pessoas, que usam gás, diesel, gasolina e dependem do transporte. Isso atinge cruelmente a população mais carente, mesmo sem tanque de guerra, metralhadoras, e com viés de lucros nunca vistos, incompatíveis com um monopólio a serviço de uma nação. A ignorância de apelar ao interesse do acionista minoritário é lorota; acionista que se associou a um monopólio estatal estava ciente de participar de situações diferenciadas do normal.  

O Conselho de Administração da Petrobras se tornou mais poderoso que o governo federal, o Congresso Nacional e o STF juntos, refratário a qualquer apelo de bom senso; avança como rolo compressor sobre a economia popular, determina a fome de vasta parcela da população, ameaça a soberania e a integridade de uma nação. Já viu? Incompatível até com a democracia.

“Moderação” seria a palavra-chave para transitar num momento extremamente favorável à própria Petrobras, entregue a uma curriola de imbecis incapazes de administrar os fatores favoráveis em suas mãos e que apelam radicalmente à conveniência tomada emprestada de situações internacionais diferentes das brasileiras de hoje. Se não sabem encontrar fórmulas compensatórias, se não sabem alocar parte dos lucros exorbitantes que chovem no seu quintal, que se demitam. Peguem na nobre enxada e vão capinar. O Brasil e sua economia valem até mais que a Petrobras nas mãos de idiotas, supostos fundamentalistas liberais que não se satisfazem por lucros de R$ 1 bilhão por dia.

Ora, o paradoxal é que estamos sendo atacados pelo que é nosso, do povo brasileiro.

A Petrobras, indomável por fora, apesar das reiteradas mudanças na presidência, não se pode excluir neste momento que seja movida por interesse eleitoral, já que sinais insofismáveis se registram desde o aumento gigantesco dos combustíveis no começo de maio. As pesquisas de todos os institutos detectaram uma queda da popularidade de Bolsonaro, supostamente o maior responsável pela condução da estatal, que lhe fugiu do controle. O aumento, ainda desproporcional, gera perda irreparável de intenções de votos.

Querem dar a eleição a seus rivais na bandeja? Revoltando o trabalhador, o pequeno empreendedor, o cidadão?

Desde o início do ano, a popularidade de Bolsonaro e suas intenções de voto aumentaram 10 pontos, até esbarrarem no iceberg que furou seu casco, com o aumento de 25% do diesel no começo de maio. Concomitantemente, afundou 3 pontos, e nestes últimos deve sumir nos abismos do oceano eleitoral. Inegáveis também para uma estatal os efeitos colaterais, que são, ao contrário, estimulados com frieza cruel.

Dois aumentos que representam 42% a mais sobre o diesel em seis semanas. Obviamente insuportável, intolerável para uma estatal que tem no seu principal acionista, o povo brasileiro, a razão de existir.

Por lei, “o monopólio da União na exploração e produção de petróleo e gás natural” cabe à Petrobras e lhe dá o direito de escolha de qualquer jazida, restando às demais empresas as reservas menos rentáveis. Tudo isso foi esquecido?

 Neste momento é preciso avaliar seriamente o crime de “lesa-pátria”, considerado na na Lei 7.170/1983. Definem-se nela os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, e no artigo 20 se determina pena de três a dez anos para quem, em relação à pátria, consuma atos que possam ser considerados, entre outros, atitudes de “devastar, saquear, extorquir, roubar, sequestrar para obtenção de fundos destinados à manutenção de organizações políticas clandestinas ou subversivas”. O Conselho da Petrobras executa, ipsis litteris, a demolição da economia nacional, destroçando cinicamente a pátria, que passa a ter o direito de se defender. Ainda se for por interesse político, pouco importa, o ato de devastar a nação oblitera em gravidade qualquer motivação, que parece menor e impensável ao legislador de quatro décadas atrás.

A Câmara dos Deputados deve abrir uma CPI, mas antes disso tem que exigir da Petrobras a revogação do último aumento, a revisão de sua metodologia de preços, e deve impor ainda o sequestro dos lucros da estatal acima de um nível razoável para usá-lo em compensações para a nação.

Também é imprescindível reabrir a investigação sobre a centena de bilhões destinados à construção de refinarias, que custaram 28 vezes mais do que num país desenvolvido de verdade e custam agora passar por toda essa crise


(*) Artigo de autoria de Vittorio Medioli, colunista do jornal "O Tempo", publicado em 19/06/2022